Projeto Phoenix - Analise dos Capitulos 22 a 29
Essa sequencia de capitulos introduz ainda mais os conceitos DevSecOps, bem como dá uma ideia da importancia da TI para o negócio. Os capitulos são arrastados com muitos dialogos, tramas fantasiosas e longas.
Outras capitulos:
- Capitulos 1 ao 3
- Capitulos 4 ao 7
- Capitulos 8 ao 12
- Capitulos 13 ao 16
- Capitulos 17 ao 21
- Capitulos 22 ao 29
- Capitulos 30 ao 35
- Analise geral do livro
Nem todos estão disponiveis ainda.
Capitulo 22
John desaparece após uma reunião de auditoria, gerando especulações e brincadeiras no escritório. Bill ao ver Wes fazendo as piadas pede para não alimentar os rumores e lembra da necessidade de construir um relacionamento respeitoso. Em uma reunião posterior com Wes e Patty, Bill discute um projeto de monitoramento de TI e a importância de determinar quais projetos podem ser lançados com segurança, baseando-se em suas dependências.
Patty desenha um diagrama para demonstrar como a configuração do servidor pode ser dividida em tarefas menores, cada uma com seus próprios requisitos de trabalho e recursos.
Após a reunião, Patty implementa um quadro kanban. Bill fica impressionado com o kanban e questiona se será eficaz, pois já fazem 3 semanas que seu notebook não foi trocado e se encontra na 14ª posição na fila, que segundo o Kanban está programado para chegar em quatro dias. Ele questiona a fidelidade do cronograma.
A equipe se divide para decidir como reabrir a "torneira de projetos", ou seja, como administrar e priorizar todos os projetos, sem sobrecarregar o time. Patty e Wes, discutem as duas principais categorias de projetos: negócios e internos.
Bill propõe um novo sistema de priorização, baseado na carga de trabalho de Brent, a restrição da equipe. Três listas são solicitadas: uma que requer o trabalho de Brent, outra que aumenta a produtividade de Brent e a última com o restante dos projetos. O foco é maximizar a eficiência de Brent e evitar trabalho não planejado.
No final, Bill está satisfeito ao receber um novo notebook antes do prazo. Este sucesso é uma vitória para a equipe e indica que suas estratégias de gerenciamento de projetos estão começando a dar frutos.
Capitulo 23
No capítulo 23, é destacado um problema crítico na gerência de projetos: o tempo para concluir as tasks são substimados, principalmente aquelas que envolvem equipes diferentes. A situação é ilustrada através da entrega atrasada de Brent. Este atraso revela um problema sistêmico na estimativa de tempo para concluir tarefas, onde uma única tarefa pode envolver várias sub-tasks que atravessam diferentes equipes, aumentando o tempo necessário para sua conclusão.
Patty identifica que cada tarefa que parece ser de uma única pessoa na verdade envolve vários passos e várias pessoas, resultando em estimativas erradas. Além disso, Patty sugere que cada uma dessas "tarefas" deveria ter uma linha kanban própria para melhorar o gerenciamento e o fluxo de trabalho.
Para concluir, o capítulo ilustra a importância do tempo de folga ou ocioso em um sistema para evitar que as tarefas fiquem presas em filas, esperando para serem concluídas, e enfatiza a necessidade de documentar e padronizar o trabalho.
Capitulo 24
Bill aproveita o fim de semana com a família. Sua esposa, Paige, observa que ele parece menos estressado, reflexo das melhorias que ele sente no trabalho.
A noite está caminhando para o fim quand Bill recebe várias ligações de John. Ao atender, ele parece embriagado, John diz que pretende deixar a cidade e insiste em se encontrar com Bill para uma última cerveja.
Bill se encontra com John num bar. John está em um estado deplorável, com aparencia horrivel. Durante a conversa, John questiona Bill sobre a importancia de seu trabalho, parecendo procurar algum tipo de validação.
Bill, em resposta, lhe diz honestamente que, embora ele seja uma pessoa bem-intencionada, as contribuições de John mais atrapalhavam do que ajudava. Isso deixa John desanimado.
Em seguida, Bill chama um taxi para John. No dia seguinte John entra em contato e o agradece pela carona. Além disso, ele menciona uma reunião com Dick, o segundo executivo mais poderoso da empresa, e insinua que Bill deve estar presente.
Bill inicialmente acredita que John possa estar mentalmente instável. John explica que passou o dia todo pensando e percebeu que, se não foi útil para Bill, que trabalha junto com ele, então provavelmente não foi útil para ninguém com quem não tinha nada em comum. John expressa sua intenção de mudar isso, começando com uma reunião para entender melhor o trabalho de Dick. Bill apesar de estar incomodado, resolve aceitar.
Capitulo 25
No capítulo 25, Bill, encontra um John transformado. Ele se surpreende ao chegar ao escritório e ver John bem-arrumado e carregando um caderno ao invés do habitual fichário. John, agora mais parecido com um monge iluminado, surpreende Bill com sua aparência física e postura perfeita.
Eles estão a caminho de uma reunião com Dick. No momento em que entram no escritório, Bill percebe que a reunião pode ser mais interessante do que ele pensava. Dick saúda John e o elogia pelo novo corte de cabelo. Em um tom mais sério, ele informa que tem um compromisso em breve e quer aproveitar ao máximo o tempo que têm.
John então surpreende a todos ao perguntar a Dick sobre seu papel na empresa, uma pergunta que Bill acredita ser mais adequada para crianças em um "Dia de Levar Seu Filho para o Trabalho". No entanto, Dick responde com sinceridade e começa a discutir seus deveres e responsabilidades como CFO e eventual COO, gerenciando os riscos financeiros, o planejamento e as operações da empresa.
John escuta atentamente, fazendo anotações enquanto Dick descreve sua carreira, funções e responsabilidades. A resposta de Dick revela que ele ama a parte de operações de seu trabalho e que seu papel envolve ajudar o CEO, Steve, a estabelecer estratégias e objetivos realistas para a empresa.
A reunião prossegue com John fazendo perguntas inteligentes, como o que diferencia um dia bom de um dia ruim para Dick, mostrando uma nova perspectiva e abordagem de John na empresa.
Bill, então liga para Erik e menciona as novas iniciativas de conversar com os executivos e peças chave da empresa para entender como a TI poderia auxiliar nesse processo e menciona que essa iniciativa partiu de John. Pela primeira vez Erik se dirige ao John através de seu nome, anteriormente ele o chamava de Jimmy. Errando propositalmente seu nome. Erik elogia a iniciativa e diz que quando eles tiverem um plano de ação para apresentar a Dick, ele quer participar da reunião.
Todos se sentem animados por esse novo caminho de entender as áreas de negócio.
Capitulo 26
Na reunião da equipe, Patty e Bill decidem começar a fazer as entrevistas com os executivos para entender as necessidades deles, enquanto John investiga o ambiente de controle do negócio.
Eles conversam com Ron Johnson, executivo de vendas. Ron é bastante franco sobre os desafios de vendas. Ele critica a falta de entendimento sobre o que os clientes querem, resultando em excesso de produtos não vendidos e falta de estoque dos produtos populares. Ele atribui a imprecisão na previsão de vendas a metas irrealistas impostas por Dick e Steve, levando à perda de vendas e à alta rotatividade em sua equipe.
Outro problema que Ron menciona é a dificuldade de obter relatórios no CRM. Ron se mostra particularmente frustrado com falhas recentes no sistema, o que colocou em risco milhões em contratos.
Bill, se desculpa pelo ocorrido e explica as ações que estão sendo tomadas para evitar falhas futuras. No entanto, eles enfrentam dificuldades em obter recursos. Ron, indignado com isso, promete levar o problema a Dick, questionando por que a empresa economiza enquanto perde pedidos por falhas de TI.
Em uma reunião com Maggie Lee, eles descobrem que há problemas significativos com a qualidade dos dados na empresa. Os sistemas de gerenciamento de estoque e pedidos estão fornecendo informações imprecisas, prejudicando a capacidade de Maggie de fazer previsões e tomar decisões de negócios informadas.
Bill e Patty percebem que o Fênix, que consumiu mais de $20 milhões e três anos de investimento, provavelmente nunca conseguirá o retorno mínimo de 10% esperado. Diante disso, eles decidem marcar uma reunião com John, Wes e Chris para discutir suas descobertas e sugerir mudanças na forma como a empresa prioriza e desenvolve as aplicações.
Capitulo 27
Em uma reunião com Patty, Wes, Chris e John, eles compartilham o progresso da entrevistas realizadas com Ron e Maggie, responsáveis pelos processos de negócios. Eles enfatizam o papel crucial da TI para alcançar os objetivos da empresa. Durante a discussão, surgiram questionamentos sobre a intenção de terceirização da TI e a necessidade de integrar mais efetivamente a TI nas medidas de desempenho.
No final da reunião, um conjunto de slides foi preparado para ser apresentado a Ron, Maggie e Dick. No dia seguinte, Patty e Bill recebem um feedback positivo de Ron e Maggie, que se comprometeram a apoiar a proposta. No entanto, Dick não ficou impressionado com a apresentação e acusou o grupo de negligência.
Dick se demonstrou frustrado, pois segundo ele todas as observações feita por Bill e sua equipe são frequentemente reforçadas em reuniões públicas e briefings de estratégia. Ele acusa que não há nenhuma novidade no que estão dizendo. Erik, que estava participando da reunião confronta Dick, dizendo que parte da responsabilidade é dele pois nunca envolve a TI em sua planilha de medidas, argumentando que a equipe de TI está sobrecarregada devido à tentativa de outros gerentes de alcançar as medidas propostas. Dick, visivelmente contrariado, reconhece que os problemas da TI podem interferir na capacidade da empresa de atingir seus objetivos e diz que vai cooperar.
Bill propõe reunir-se com os proprietários de processos de negócios para definir melhor os riscos de negócios representados pela TI e encontrar uma maneira de integrar esses riscos nos principais indicadores de desempenho. Ele também sugere uma reunião para discutir o projeto Fênix, que ele acredita estar progredindo muito lentamente. Dick concorda com ambas as propostas e oferece a assistência de Ann.
John, em uma reunião posterior, revela que encontrou uma maneira de diminuir a carga de trabalho da auditoria em 75%. John está otimista de que essa nova perspectiva permitirá que ele reconstrua o programa de conformidade da empresa para concentrar-se nos controles realmente importantes.
John também propõe integrar a segurança no dia a dia do projeto, em vez de proteger após a implementação. A equipe concorda rapidamente e a reunião termina 30 minutos mais cedo do que o planejado, indicando que todas as propostas de John foram bem recebidas.
Capitulo 28
Bill inicia dizendo o quanto a empresa melhorou. Embora Erik afirme que as melhorias observadas são apenas a ponta do iceberg e que há muito mais progresso a ser feito.
John informa Bill de várias maquinas virtuais que não foram autorizado para consultores externos e é Sarah quem está a frente da iniciativa. Além de violar a política de privacidade da empresa, essas atividades criam desafios operacionais, pois está utilizando o banco de dados da empresa. A equipe discute como abordar Sarah e comunicar essas questões ao Steve, que tende a protegê-la.
Ao fim do capitulo, a equipe está tentando implementar uma nova versão do projeto Fênix. Quando estavam migrandos os dados para a produção, uma falha crítica em um dos scripts de banco de dados interrompeu o processo. Eles descobrem que Brent fez uma mudança não documentada no banco de dados de produção para suportar um módulo a pedido de Sarah.
Com o tempo contra eles, são obrigados a tomar atalhos e fazer um trabalho de ultima hora. Mesmo após a conclusão bem-sucedida da implementação, o narrador se vê frustrado com o estresse e a incerteza do processo, ponderando como evitar que cada implementação do Fênix se transforme em uma emergência.
Capitulo 29
Na segunda-feira seguinte, os executivos da empresa se reúnem para discutir as consequências da segunda implementação do projeto Fênix. Steve expressa seu orgulho pela equipe e pelo progresso que fizeram, destacando como isso foi notado por outros, incluindo Dick, que vê a iniciativa como uma grande mudança positiva para a empresa.
Sarah entra na sala, esperando discutir suas novas iniciativas de marketing. No entanto, Erik a confronta, pois a iniciativa dela prejudicou o time de TI. A partir disso, fica claro que Sarah tem conduzido mudanças não autorizadas na fábrica de TI. Quando questionada por Steve, ela defende suas ações, argumentando que precisa agir com rapidez e eficiência para competir, mesmo que isso signifique contornar a TI.
A discussão intensifica quando Bill diz que seu plano poderia resultar em problemas de integridade de dados no sistema de entrada de pedidos e gestão de inventário. E essas mudanças poderiam comprometer os indicadores de Dick.
Sarah parece visivelmente zangada quando suas ações são confrontadas e que as justificativas estão pautadas na estratégia de negócio da empresa e que guiam Steve e Dick. A reunião revela um claro conflito entre diferentes departamentos e objetivos dentro da empresa. Sarah sai da reunião e Erik comenta que essa é a ultima vez que ela será vista na empresa.
Analise
O livro se arrasssssta para o fim.
Embora a relevância da TI nos negócios é evidente para nós atualmente, onde qualquer executivo sequer duvide disso, não era essa percepção há alguns anos atrás. Naquela época, a TI era vista mais como um gasto do que como uma estratégia. O livro nos remete a esse período de transição. Por retratar essa fase, acredito que o livro vai envelhecer mal, apenas quem é mais velho vai reconhecer o cenário caótico construido até aqui. A ideia de um sistema em uma grande empresa, falhando e afetando toda a organização, hoje é impensável. Hoje as arquiteturas de sistema, os processos de rollback, as ferramentas, a computação em nuvem e outras evoluções tecnológicas possibilitam mudanças graduais, evitando que todo o negócio seja interrompido devido à atualização de um único sistema. Existem processos bem estabelecidos para isso agora. Claramente, ainda enfrentamos problemas atualmente, mas nada se compara àqueles antigos sistemas que poderiam paralisar uma empresa inteira.
Esses capitulos parecem arrastar a história com cenas dramáticas. Por exemplo, John , que após uma semana fora da empresa aparece bebado e desfigurado no sabado a noite. 2 dias depois aparece na empresa como um monge? Renovado, com aparencia nova e iniciando uma série de reuniões com os times de negócio? Poderia ser menos dramatico, como alguem que fez uma pós graduação ou mba e aprendeu que deveria ser feito isso.
Dá próxima vez que seu chefe dizer que seu projeto não serve para nada, você já sabe o que fazer né? Falte uma semana inteira, passe os dias em festas, ligue para ele sábado a noite convidando para a última rodada de drinks e marque uma reunião com o vice-presidente no dia seguinte. Confia, tudo vai dar certo. Soaria trágico se fosse uma situação real, mas se torna cômico ao lembrarmos que é apenas uma obra de ficção.
O livro introduz os conceitos do Agile, sem nomeá-lo diretamente, e nos dá a noção que a TI é estratégica. Além disso mostra a necessidade da TI entender os executivos para construir sistemas que os auxiliem. Essa ideia é muito discutida na literatura contemporânea. O próprio presidente da Microsoft afirmou recentemente que todas as empresas serão de tecnologia no futuro.
Conforme a história avança, a abordagem DevSecOps se torna mais evidente, integrando segurança, desenvolvimento e operações. A TI passa a ser mais voltada para o negócio e menos focada nela mesma.
No entanto, o aspecto mais interessante desses capítulos é a reação de Dick, que não se surpreende com o trabalho de Bill. Ele faz uma crítica justa, embora um pouco dura. A estratégia da empresa está em toda parte, e o fato de Bill apresentar a Dick suas descoberntas como se tivesse descoberto algo novo é quase cômico. Embora o dialogo construido no livro nos leva a crer que Dick é um babaca tanto quanto Steve foi, ele está correto.
Em suma, Dick está certo em sua crítica, mesmo que as escolhas de palavras não tenha sido as melhores. E o autor constroi a ideia que Dick é o maior responsável pela TI não estar envolvida. Mas o que ocorreu com todos os executivos anteriores e até mesmo Bill? Não tiveram aulas de administração? Não sabem o propósito de uma empresa, sua estratégia? Aulas de finanças corporativas, operações? Como a empresa ganha dinheiro?
Não precisa de muito conhecimento para um profissional de tecnologia ter uma visão ampla sobre a empresa. Mesmo que não dê uma resposta sobre o papel da TI, pelo menos sugere que essa é uma questão que deveria ser considerada.
E agora vamos nos encaminhar pro final onde esse alinhamento de TI e negócio vai ser cada vez mais evidente, os resultados irão aparecer e o projeto Fenix vai tomar outro rumo.